A mudança assusta sempre, mas se não assustasse, qual seria a piada?
Já lá vão os tempos em que escolhíamos uma área de formação e tínhamos que a manter para sempre, qual casamento, “até que a morte nos separe”. É refrescante ter a possibilidade de mudar de área, saber que não temos que ficar no mesmo setor que escolhemos quando tínhamos 18 anos. Somos seres em constante mudança: quem fomos nessa altura, não é quem seremos toda a vida e é natural que os nossos gostos e aptidões mudem. Por vezes, o medo e os riscos de mudar de vida falam mais alto, o que causa inércia e nos impede de avançar e de dizer “sim” ao desconhecido. Tantos ditados populares e frases feitas que existem sobre o medo de arriscar, mas a verdade é que se não arriscamos não progredimos. A mudança assusta sempre, mas se não assustasse, qual seria a piada?
A requalificação profissional é, muitas vezes, a solução para a baixa empregabilidade num determinado setor ou para um baixo nível de felicidade no emprego. Nos últimos anos, devido à crescente digitalização, tem vindo a desenvolver-se uma necessidade de converter pessoas de áreas com menor empregabilidade para áreas mais atuais e digitais. É aí que entra o #digitalReskilling, um projeto de requalificação profissional que tem como objetivo formar pessoas, das mais diversas áreas, em áreas mais procuradas pelas empresas tecnológicas. Uma das vantagens deste projeto é que não é necessário ter experiência prévia na respetiva área técnica de cada curso para poder frequentá-lo. São cursos bastante intensivos, mas iniciam pela base, dando, assim, oportunidade aos formandos de ingressar numa área que lhes era, até então, desconhecida. Para além do foco nos domínios técnicos de cada curso, o #digitalReskilling procura também aprofundar o desenvolvimento de soft skills como o espírito de iniciativa, a liderança e o empreendedorismo, e, ainda, a língua inglesa, que assume especial importância na área do digital. Este projeto inclui também uma formação prática em contexto de trabalho, permitindo aos formandos aplicarem os conhecimentos aprendidos, numa empresa, e ter uma porta de entrada para o mercado de trabalho.
Sabemos que o desenvolvimento tecnológico conduz, inevitavelmente, à extinção de muitas profissões, mas todos nós, ao longo do nosso percurso profissional, vamos adquirindo competências. O objetivo da requalificação profissional não é começar do zero, mas aproveitar essas competências e reconvertê-las para as novas áreas profissionais emergentes.
Este tipo de formação procura assim dar uma segunda oportunidade a quem procura mudar de vida e a quem vê, no mundo digital, uma possibilidade de atingir o seu potencial profissional. Entidades como o CESAE Digital, um centro de formação em competências digitais, já trabalham hoje com as empresas estas vias alternativas de inserção no mercado e, seguramente que no futuro, se multiplicarão estas ofertas que contribuem para colocar mais talento digital nas organizações.
Inês Castro | CESAE Digital