4º Relatório global sobre a formação e educação de adultos | UNESCO
A educação é um direito fundamental, um bem público precioso e uma ferramenta indispensável na construção de sociedades mais justas, pacíficas e sustentáveis.
No entanto, os desafios educacionais que enfrentamos são complexos. Incluem o crescimento de desigualdades e alterações demográficas e climáticas. O mundo, tal como o conhecemos, está a mudar de forma rápida e drástica. Se não adaptarmos e melhorarmos as competências dos adultos, estes serão deixados para trás. Este desafio está no centro do mandato global da UNESCO. A Educação e Formação de Adultos (EFA), como o Relatório Global Sobre a Formação e Educação de Adultos (GRALE) demonstra claramente, tem um papel crucial a desempenhar no alcance desse objetivo.
Apesar da participação na EFA ter aumentado de uma forma geral desde 2015, as taxas variam consideravelmente e o progresso foi desigual. O aumento da participação das mulheres foi notável e, em alguns países, elas representam a maioria dos adultos em formação. No entanto, em muitas partes do globo, as mulheres continuam a ter um acesso limitado à educação e às oportunidades de emprego. Em zonas rurais pobres, os baixos níveis de literacia mostram que as mulheres se deparam com enormes dificuldades para se envolverem em ações de formação e participarem, de forma ativa, na sociedade. Aumentar e melhorar as possibilidades de acesso à educação por parte das mulheres tem sido uma das prioridades do novo mandato da Diretora-Geral da UNESCO.
Em muitos países, os grupos desfavorecidos – adultos com deficiências, os mais velhos, refugiados e migrantes, e grupos minoritários – são os que participam menos na EFA. Em alguns países, os apoios a estes grupos estão a diminuir. Sabemos menos sobre a participação destes grupos na EFA do que sobre outros elementos da sociedade. No entanto, esta informação é essencial para o desenvolvimento de políticas inclusivas para todos.
Olhando para o futuro, o relatório salienta a necessidade de um aumento dos investimentos nacionais na EFA, uma redução nos custos de participação, o aumento da consciencialização dos benefícios e o melhoramento da recolha e tratamento de dados e fiscalização, em particular no que toca aos grupos mais desfavorecidos. Desta forma, ao assegurarmos que os países contribuidores respeitam as suas obrigações no auxílio aos países em desenvolvimento, podemos tornar a EFA num fator-chave de fortalecimento e capacitação dos adultos como aprendizes, profissionais, e cidadãos ativos.
Responsáveis políticos, especialistas de educação e formação, e o público em geral têm a oportunidade de retirar conclusões úteis deste retrato detalhado da EFA, analisado através dos critérios da inclusão e igualdade. A Direção-Geral da UNESCO apela a todos os governos e à comunidade internacional para se juntarem aos seus esforços e tomarem iniciativas que garantam que ninguém – independentemente de quem são, onde vivem, e das dificuldades que enfrentam – é deixado para trás.
(Retirado da nota introdutória ao GRALE4, da autoria de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO)
O 4º Relatório global sobre a formação e educação de adultos pode ser descarregado aqui.
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